Baleia jubarte é encontrada morta em Ilhabela e enterrada na praia de Barreiros

Uma baleia jubarte foi encontrada morta, boiando e já em estado de decomposição, neste domingo(25), na entrada sul do canal de Ilhabela. De acordo com o Instituto Argonauta, o animal morreu enroscado em um cabo. A equipe fez a remoção e manteve a jubarte ancorada próximo ao Costão do São Pedro até ser enterrada, nesta segunda-feira, em Barreiros.

Riscos com a baleia jubarte

jubarteO procedimento foi adotado para evitar que a baleia ficasse à deriva e causasse algum acidente com as embarcações, ou ainda encalhasse causando inconvenientes à saúde da população.

As baleias mortas são um problema a ser solucionado pelas autoridades, explica o Argonauta. Dependendo de seu tamanho, ao boiar elas podem trombar com navegações. Quando a jubarte morta encalha, deve ser imediatamente enterrada por um problema de saúde pública e para o turismo na região.

Assim como acontece com pequenos animais que são encontrados mortos em decomposição, o enterro de baleias é uma prática que não causa qualquer dano para a balneabilidade ou para a permanência de turistas nas praias.

A baleia encontrada em Ilhabela foi rebocada até a praia dos Barreiros, onde foi enterrada com o auxílio de uma retroescavadeira. Com esse procedimento, será possível também à equipe do Instituto Argonauta realizar a necropsia do animal.

A praia  foi escolhida por já ter recebido um enterro de baleia no local, sem prejuízos aos comerciantes e turistas. “Temos o cuidado de fazer a vala na parte mais alta da praia, o mais distante possível da maré cheia e sem residências logo em frente”, explica Carla Beatriz Barbosa, diretora executiva do Instituto Argonauta.

O apoio da Prefeitura Municipal de Ilhabela, por meio da  Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Defesa Civil, são fundamentais para que operações desse porte sejam bem-sucedidas.

Baleia jubarte

A baleia jubarte atinge até 16 metros e cerca de 40 toneladas. Esses mamíferos são facilmente identificáveis pela coloração negra do corpo, pelas longas nadadeiras peitorais, que podem chegar a ter 1/3 do comprimento do corpo.

São animais migratórios, isto é, passam parte do ano no Brasil, para acasalar, parir e amamentar seus filhotes, e depois viajam em busca de alimento – uma jornada de ida e volta de quase 9 mil quilômetros.

Temporada de baleias

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Baleias Jubarte (Megaptera novaeangliae). Foto: Tomas Kotouc

A presença das baleias na região está aumentando e a chance de acontecer acidentes com esses animais, como o emalhe acidental na rede dos pescadores ou o atropelamento pelos navios é maior. Neste ano, as jubartes chegaram em maior número e vem causando preocupação, uma vez que são animais grandes, protegidos pela legislação e, ao se enroscarem em redes, podem morrer e trazer grande prejuízo aos pescadores.

“Como esse aumento da população é uma ocorrência recente, estamos tentando entender onde e quando estes problemas ocorrem para poder melhor ajudar tanto os animais como os pescadores que dependem da pesca para seu sustento”, afirma o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta.

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