Jubarte é flagrada com rede presa na cabeça São Sebastião

Uma baleia jubarte juvenil foi flagrada com uma rede de pesca presa na cabeça em São Sebastião, nesta quarta-feira (23). O animal chegou a ser socorrido após vídeos circularem nas redes sociais mostrando a baleia sem mobilidade, porém uma parte da rede ainda ficou presa em seu corpo. As informações são do Instituto Argonauta, responsável pelo monitoramento da espécie na região.

Agora, não é possível saber se ela manterá uma vida saudável, pois dependendo de onde a rede estiver presa, o animal pode ter dificuldade de se alimentar, se movimentar e vir a óbito.

A jubarte estava sendo monitorada pelo Instituto desde o início da semana, pois parecia desorientada, sem conseguir sair da área do Terminal Almirante Barroso (Tebar), da Transpetro. Segundo a equipe, na terça-feira (22) não foi possível observar nenhuma rede presa ao animal. “Mesmo com todas as tentativas de afugentamento e direcionamento para que saísse do terminal, ela permaneceu”.

Já na manhã de quarta-feira, a equipe foi acionada com a informação de que a baleia estaria enrolada na rede. O Instituto, junto com a equipe de desemalhe do CMA (Centro de Mamíferos Aquáticos – ICMBio) voltou ao local para tentar libertar a baleia.

Força tarefa para ajudar a jubarte

A atividade de desemalhe da baleia ocorreu no final da manhã de quarta e contou com a juda de pescadores e equipe do Tebar. Na possibilidade de aproximação e tentativa de lançamento da boia de marcação, um pedaço da rede se desprendeu, permanecendo ainda um pedaço preso ao animal.

“Infelizmente a jubarte não permitiu nova aproximação e depois de um tempo se deslocou, saindo do terminal em direção ao norte”.

De acordo com o Argonauta, tirar redes de baleias é uma operação extremamente perigosa e apesar da vontade de resolver a qualquer custo, precisa ser bem planejada e executada por equipe capacitada e com equipamentos adequados.

Destino da jubarte é incerto

A pedaço de rede que ficou preso na baleia pode se soltar sozinho ou não, tudo depende da região onde está preso. Segundo avaliação de biólogos, se estiver em região que a atrapalhe a alimentação ou locomoção, a jubarte pode estar em risco.

Identificação

As nadadeiras caudais das baleias jubartes são utilizadas para identificação dos indivíduos, pois cada um apresenta um padrão de cor e formato específico. Isto permitiu identificar que não se trata do mesmo animal salvo pela equipe do instituto no início do mês e também servirá para caso o animal seja reavistado.

A Rede de Encalhe de Mamíferos Marinhos do Brasil foi acionada para que qualquer ocorrência seja monitorada. A presença das jubartes na região aumento expressivamente em 2021 e os acidentes deste tipo também acabam sendo mais frequentes.

“As baleias chegaram em maior número este ano em nossa região, são animais grandes e protegidos por nossa legislação e podem, ao se enroscar em redes, acabar enfrentando dificuldades na natação ou na sua alimentação e acabar morrendo”, destaca o oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta, Hugo Gallo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *