PORTO – Antes de mais nada, que tal organizar a pauta portuária?

Notícias não faltam! Difícil é nesse 2019 seguir o clipping do “Complexo Portuário da Baixada Santista”: descentralização/regionalização; privatização da dragagem e/ou da CODESP; renovações de arrendamentos; preservação das conquistas trabalhistas; estivadores com vínculo empregatício; solução dos passivos da CODESP (trabalhista, tributário, INSS e PORTUS); riscos de aposentados sem pagamentos; dívidas de operadores com o OGMO; R$ 317 milhões (obras rodoviárias) a esclarecer; “filas intermináveis” na travessia; agora, ponte de 7,5 km ligando as 2 margens; novo acesso rodoviário; implantação da “Ferradura” ferroviária e hidrovia; pátios para carretas; agendamento de caminhões; plataforma digital; revitalização de armazéns; VTMS; vedação de “nomeações políticas” e dirigentes (tecnicamente) qualificados; lentidão na posse dos novos diretores; entraves burocráticos e falta de servidores nos anuentes (Alfândega, ANVISA, etc); CAP com poder decisório; revisão da Lei dos Portos e do PDZ; elaboração do PDUI (da Região Metropolitana).

Tampouco faltam atores: Ministro e Vice-Presidente; GESP; Prefeitos e Câmaras (dos 3 municípios); TRF-3; MPF; ARTESP; DERSA; Ecovias; parlamentares (recém-eleitos à frente); entidades de operadores, trabalhadores, arrendatários e usuários.

Muitos instrumentos/fóruns também: reuniões (diversos formatos); ACP (descentralização e improbidade); TAC; Ação Rescisória; Convênio de Delegação; Frente(s) Parlamentar(es).
Esses são temas e protagonistas santistas. Mas, ainda que variando qualitativamente e em graus, tal quadro se repete em quase todos os portos brasileiros. E, geralmente, com pauta tão caleidoscópica quanto esta!

“Fique atento, pode acontecer tudo; inclusive nada”; era um dos bordões de Marco Maciel (tema de forró também!). Para reduzir tanto o risco de que, como em vezes anteriores, tal vaticínio se concretize, ou se gaste mais energia para produzir calor que luzes, que tal armar o jogo no vestiário antes de adentrar o gramado? Nesse sentido, a metodologia que D. Nicéa propunha aos alunos de didática na UFES, para estruturar aulas, relatórios, artigos e planos pode ser aplicável também a portos: do sincrético, pelo analítico, ao sintético!

8 passos para reflexão:

i) Caracterizar: para além do opinativo, qual o problema a ser resolvido com o tema/proposta? Quais os objetivos a serem alcançados?

ii) Segmentá-los pela natureza/função; pois heterogêneos. P.ex: institucional, operacional, trabalhista, etc.

iii) Hierarquizar. P.ex: ponte e entraves burocráticos são de níveis distintos; não?

iv) Encadear. P.ex: se a CODESP for privatizada, a escolha de dirigentes toma outro rumo.

v) Identificar competências. P.ex: os parlamentares têm peso político plural; mas sobre leis e orçamentos sua função é insubstituível. O Judiciário é autônomo; e as entidades não são executivas.

vi) Fasear: o estratégico, o tático/políticas e o operacional/executivo.

vii) Estimar custos e prever fontes.

viii) Cronogramar para monitorar.

Desenhar o quebra-cabeças; formalizar o processo; estabelecer metas; e pactuar sua condução, entre atores (tão!) autônomos, certamente aumenta as chances de êxito da empreitada.

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