Menina de 2 anos morre afogada na piscina em Caraguatatuba

Uma menina de dois anos morreu afogada na tarde deste domingo (17), no bairro Barranco Alto, região sul de Caraguatatuba. Segundo informações de testemunha que não quis se identificar, a criança estaria na casa de sua família, brincando com os irmãos e outras crianças em uma piscina de plástico quando houve o acidente. Ela chegou a ser socorrida e levada ao hospital com hemorragia.

O Corpo de Bombeiros e o Samu foram acionados por volta das 15h e a criança foi atendida por médico e enfermeira, que a entubaram no local e fizeram reanimação cardiopulmonar (RCP) por mais de 1h20, até que foi estabilizada e levada à Casa de Saúde Stella Maris, onde foi internada em estado grave. Porém a menina não resistiu e por volta das 19h20 a equipe médica atestou a morte cerebral e os aparelhos foram desligados.

Ainda segundo a testemunha, a piscina “não era funda, parecia inofensiva mesmo para crianças pequenas” e “tudo aconteceu muito rápido, sem que soubessem explicar como”.

Segurança

O afogamento é a quarta causa de morte acidental em adultos e a segunda causa de morte em crianças de 1 a 9 anos idade e a terceira entre 10 e 19 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). O levantamento aponta ainda que as piscinas são responsáveis por 53% de todos os casos de óbitos por afogamento na faixa de 1 a 9 anos de idade.

A Sobrasa indica ainda que seja ensinada flutuação e brincadeiras na água a partir dos seis meses e natação a partir de 2 anos, mas ainda assim não deixar a criança sozinha na piscina, ainda que ele saiba nadar. Caso precise afastar-se da piscina ou banheira para atender um telefone ou campainha ou mesmo pegar uma toalha ou sabonete, a sociedade indica que se leve sempre a criança junto.  Outra dica é o uso de coletes salva-vidas para crianças menores e pessoas sem conhecimento de natação, evitando o uso de bóias de braço, pranchas, pneus e bolas, pois elas transmitem falsa impressão de segurança e ainda evitar brinquedos próximos à piscina, isto atrai muito as crianças e aumenta o risco.

A pediatra Núria Santos explica que a maioria dos casos acontece em dias quentes, quando crianças entram em piscinas de condomínios e casas, nem sempre com autorização dos responsáveis. Entre crianças menores, o perigo se esconde nas piscinas de plástico, banheiras e até em baldes, alerta. “As crianças são fascinadas por água. Até os quatro anos, o instinto delas é levar tudo à boca. Por isso um simples balde com roupa de molho na altura da criança, pode acabar em afogamento”.

O comandante do Corpo de Bombeiros no Litoral Norte, Capitão Newton Krüger, também faz uma série de alertas. Ele afirma que quando se trata de crianças de pouca idade, a vigilância deve ser permanente, mesmo nas piscinas de plástico, banheiras, bacias etc.

“Não há uma idade específica para que crianças possam ficar sozinhas em piscinas, tecnicamente só se deve ficar sozinha a criança que tiver plenas condições e consciência e entendimento para se manter em pé ou livre de perigo de aspirar ou beber água, ainda assim sob responsabilidade de um adulto com 100% de atenção e a um braço de distância”, afirma ele.

O comandante recomenda ainda que as piscinas sejam cercadas ao invés de cobertas porque a criança pode cair no vão entre a lona de cobertura e a borda da piscina. Um ralo antisucção para que cabelos e partes do corpo não fiquem presas também pode ser instalado como medida protetiva. Além disso, botão de pânico e indicador de profundidade são bastante úteis em casa com crianças.

Aos adultos, as orientações são de não permitir mergulhos de cabeça em locais rasos, nem competições de prender a respiração embaixo da água, além de não dividir a atenção com celular ou bebidas e comidas.

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