Prefeitura de São Sebastião fica sem energia por falta de pagamento

O fornecimento de energia elétrica a três prédios da Prefeitura de São Sebastião foi cortado na manhã desta quinta-feira (3) por atraso no pagamento das contas desde janeiro de 2018. O valor da dívida chega a R$ 5.919.085,34  e a administração está às escuras, sem funcionamento dos computadores, ventiladores e ar condicionados.

Uma moradora do Canto do mar, que prefere não se identificar, contou que queria retirar seu carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e não conseguiu.  “Não tem como acessar o computador e ainda não recebi o carnê em casa”.

Em nota, a Prefeitura de São Sebastião alegou que sofre retaliação da EDP Bandeirantes por conta de cobranças massivas pela melhoria da prestação de serviço de iluminação pública na cidade. A administração informou ainda que já foi feita denúncia no Procon e vai entrar com uma ação pública contra a empresa, pois a medida adotada prejudicou um órgão de prestação de serviço público e seus milhares de contribuintes.

Segundo a EDP, no dia 12 de dezembro de 2018 foi protocolado o aviso de suspensão no gabinete do prefeito Felipe Augusto, informando que a prefeitura teria 15 dias, conforme a legislação vigente, para efetuar o pagamento. A dívida continuou pendente e o corte foi feito no Paço, na Garagem Municipal e na Praça de Eventos da Rua da Praia, palco dos principais shows de verão.

Ofício semelhante foi encaminhado ao então presidente da Câmara, Reinaldo Moreira, o Reinaldinho, para que o Legislativo ficasse ciente da situação. Procurado, ele não informou se chegou a falar com o prefeito. Já os vereadores do grupo de oposição, o chamado G-5, informaram não terem sido avisados sobre essa pendência até a data de hoje com o referido corte da energia elétrica.

Em nota, A EDP informou que está em contato com a administração municipal para a regularização dos débitos em aberto e o mais breve restabelecimento do fornecimento de energia.

Retaliação

A Prefeitura de São Sebastião afirmou que o acordo feito com a empresa previa contrapartidas para melhorar a prestação de serviços na cidade, que é precária, como as regularizações em diversos núcleos de Juquehy, Sítio Velho, Sertão de Maresias, o projeto de eficiência energética do Hospital, iluminação da serra entre Maresias e Boiçucanga, de posteamento de ruas da Região Central e Costa Norte e Sul, substituição de lâmpadas queimadas.

De acordo com a prefeitura, o acordo parou de ser cumprido após recentes tratativas e negociações com o superintendente Marcos Scarpa, a gerente operacional Roberta Nanini e o analista de sistemas Maurício Mendes, na ocasião a Prefeitura reforçou a obrigatoriedade da melhoria dos serviços.

“A interrupção no fornecimento de energia nada mais é que uma retaliação à intensa cobrança que o município tem feito para o cumprimento deste acordo, e de outras melhorias reclamadas pela população”

A Prefeitura esclarece ainda que obras importantes para a população como a ponte sobre o rio do sertão de Cambury, conhecida como 2800, tem um poste no meio do percurso e a EDP não faz a retirada, embora já tenha sido solicitada inúmeras vezes. Já na ponte entre Barra do Sahy/Baleia, a EDP Bandeirante se recusa a retirar os transformadores do local que vão permitir que seja feito o lançamento das vigas para que a obra possa ser concluída.

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