Litoral Norte perde 12 médicos com a saída de Cuba do Mais Médicos

O Litoral Norte perdeu 12 médicos com a saída de Cuba do programa federal Mais Médicos. Os profissionais já deixaram de atender em todas as unidades em que atuavam e preparam a volta para casa. Em média, cada médico atende 32 pacientes por dia nas redes municipais, o que significa 384 pacientes que deixam de ser atendidos diariamente na região.

A cidade de Ubatuba tinha três médicos cubanos de um total de oito do programa. Os médicos atuavam nas equipes de Estratégia de Saúde da Família dos bairros Estufa I, Estufa II e Horto. A coordenação da Atenção Básica da secretaria de Saúde de Ubatuba está reorganizando a escala de atendimento entre os demais médicos da rede para que nenhuma equipe fique sem o profissional. Ao mesmo tempo, a prefeitura aguarda a inscrição de outros profissionais pelo novo edital do programa, lançado nesta quarta-feira (21) com inscrições até o dia 25 de novembro (ver emhttp://maismedicos.gov.br).

Em Caraguatatuba, seis médicos atuavam pelo programa Mais Médicos. Destes, cinco profissionais de Cuba já deixaram de prestar serviços ao município. Os médicos cubanos prestavam serviços nos bairros do Barranco Alto, Gaivotas, Morro do Algodão, Poiares, Golfinho e Pegorelli, na região sul. De acordo com a Prefeitura, a Secretaria de Saúde já iniciou as mudanças para suprir a ausência dos profissionais que foram embora. Além disso, mais dois médicos estão sendo contratados.

Em São Sebastião, os quatro médicos cubanos que atuavam na rede de saúde também se despediram do município nesta quarta. O prefeito Felipe Augusto agradeceu a parceria e disse que a cidade continuará de portas abertas. “Sei que vocês estão levando nossa cidade no coração e serão sempre bem-vindos. O que precisarem, estaremos a disposição”, finalizou.

O arquipélago de Ilhabela não possui convênio com o programa Mais Médicos.

Mais Médicos

Após declarações do peresidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), Cuba anunciou a saída do programa, no último dia 14 de novembro. O país caribenho envia profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2013, quando o governo da então presidente Dilma Rousseff criou o programa para atender regiões carentes sem cobertura médica.

Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que “expulsaria” os médicos cubanos do Brasil com base no exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior, o Revalida. A promessa também estava em seu plano de governo. Fora do Mais Médicos, os formados no exterior não podem atuar na medicina brasileira sem a aprovação no Revalida. Mas no caso do programa federal, todos os estrangeiros participantes têm autorização de atuar no Brasil mesmo sem ter se submetido ao exame.

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