Carona para a praia: Como viajar de forma econômica e segura

Por Fernanda Veiga 

Quando chegou ao Brasil em 2016, o aplicativo de caronas virou uma febre. Isso porque dependendo do roteiro, a viagem compartilhada pode chegar a ¼ do valor da passagem de ônibus. O sistema é bem simples: O motorista informa seu itinerário, oferece o número de vagas que possui em seu carro, informa data, horário e local da partida e pessoas interessadas reservam os lugares. 

No aplicativo, ainda é possível classificar o motorista e o passageiro, indicando pontos positivos como forma de dirigir, gentileza e condições do carro, servindo como garantia de idoneidade de ambas as partes.

Porém, grupos de carona começaram a aparecer no Whatsapp. Ganhou-se em agilidade, perdeu-se em segurança. Vários casos de não recebimento do valor acordado pela carona e pequenos furtos foram alardeados. 

Mas foi em 2017, com a morte da estudante de radiologia, Kelly Cristina Cadamuro, 22 anos, que as pessoas se alertaram para o risco de caronas com desconhecidos.

A jovem ofereceu uma carona no grupo e um homem reservou duas vagas – para ele e a namorada – e não havia qualquer referência a respeito do casal. No dia da viagem somente ele apareceu ao local combinado, alegando que houvera um contratempo com sua companheira. Mesmo advertida pelo namorado, Kelly decidiu seguir viagem e foi morta no caminho.

Caronas sem riscos


Com o surgimento do aplicativo de caronas, Álvaro Henrique Silva, dono da  A.H.Tur Transporte  e Turismo, que trabalha com vans executivas em São Paulo e tem família no Litoral Norte, viu uma oportunidade de dividir custos de viagem já que desce a serra todo final de semana para ficar com seus familiares. O sucesso foi tamanho que sempre está com sua van lotada. “É a indicação boca a boca, valor justo e serviço prestado com zelo”, dá a dica. 

Ele fala sobre os cuidados ao utilizar aplicativos: “o mais famoso é o Bla Bla Car, que dispõe de um campo de avaliação das viagens anteriores; leia o que foi dito a respeito do motorista antes de fechar a carona e se tem mais viagens oferecidas, o que aumenta a confiabilidade. Ainda assim, utilize a tecnologia a seu favor: faça foto do motorista e da placa do carro e mande para alguém de sua confiança. No whatsapp você pode compartilhar sua localização em tempo real, mande para algum amigo acompanhar”.

A respeito dos grupos de carona (Facebook e Whatsapp), Silva lembra do ocorrido com a estudante. “Não tenha vergonha de perguntar no próprio grupo se aquele motorista/passageiro é conhecido, se já viajou com alguém; peça referências”. 

Ele informou ainda que faz parte de um grupo no Whatsapp cujos moderadores são bastante rígidos, mas existem outros abertos que não há um controle eficiente de quem são os membros. “Há um grupo aberto de caroneiros no Facebook que acho confiável que se chama ‘Caroneiros de Ilhabela’, lá as pessoas se ajudam, funciona bem”, reintera.

Fábio Santana de Jesus trabalha com transporte executivo e também faz parte do aplicativo de caronas e dá as mesmas orientações. “Só viaje com pessoas por indicação, pesquise com quem já viajou e leia as avaliações”.

Olho no feriado

Segundo Álvaro, a procura está bem grande. “Acredito que seja um feriado de praias lotadas, ainda mais por haver o Vento Festival em São Sebastião. E  por estarmos em setembro, chegando a primavera e as temperaturas sobem, aumentando também a procura. Creio que isso se repetirá nos feriados de outubro e novembro também”.

Ele lembra ainda que o serviço de carona não funciona como lotação. “Algumas pessoas pensam que é só chegar ao ponto de encontro que enche um carro e vem outro. A carona é feita com um carro apenas, precisa ser reservada com antecedência e confirmada pelo motorista, não é uma lotação clandestina para a praia, é carro compartilhado”. 

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