MP quer cassação de Felipe Augusto e Marcio Tenório por crime eleitoral

Pessoas ligadas a veículos de comunicação na região também estão na mira do Ministério Público Eleitoral por participação nos atos 

Jornais apreendidos em São Sebastião (Foto:Arquivo)

Por Mara Cirino

O Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com ação pedindo a cassação do diploma dos candidatos eleitos Felipe Augusto (PSDB), de São Sebastião, e Márcio Tenório (PMDB), de Ilhabela, por suspeita de crime eleitoral no último pleito. Ele também denuncia a vice-prefeita eleita do arquipélago, Gracinha Ferreira, além de outros políticos e pelo menos quatro jornalistas. 

Foram quatro ações ajuizados este mês por meio da Promotoria de Justiça Eleitoral de Ilhabela e São Sebastião após investigação de abuso do poder político, econômico e uso indevido dos meios de comunicação em campanhas eleitorais de ambos os municípios. 

Elas objetivam a cassação do diploma dos candidatos eleitos e a declaração de inelegibilidade de todos os representados pelo prazo de oito anos.

Uma das ações envolve o prefeito eleito Felipe Augusto e mais oito pessoas, sendo proprietários de jornais. Trata-se da apreensão de jornais ‘A Balsa’ que foram recolhidos com informações falsas quando eram distribuídos às vésperas das eleições de 2016.

Em nota, Felipe Augusto informou entender que faz parte da atividade pública prestar contas e esclarecer o que quer que seja requerido pelas autoridades. “Não temos conhecimento do conteúdo das informações que o MP quer apurar, ainda não tivemos a oportunidade nem de sermos citados, mas temos certeza que poderemos prestar todas as informações e esclarecer quaisquer questões. Estamos focados em fazer uma boa gestão e ajudar nossa cidade que atravessa um período difícil, sobretudo em razão das administrações equivocadas que nos antecederam e pela recessão econômica que o país atravessa”. 

Ainda segundo ele, “nosso compromisso é com a transparência e com legalidade”.

Um dos citados, Cassiano Alberti, o Cacá Alberti, proprietário do Jornal A Balsa, informou que, justamente por estar em segredo de justiça, não pode falar a respeito, só destacando que houve falsificação do seu veículo. Na ocasião, foram aprendidas as edições 96, de Ilhabela, e 97, de São Sebastião.

Já Caio Gomes, do jornal Tribuna do Povo, disse que prefere não falar nada e esperar a perícia.

Segredo
Embora o caso corra em segredo de justiça, a reportagem do Nova Imprensa apurou que além dos dois candidatos eleitos, foram representados o atual prefeito de Ilhabela, Antonio Colucci, e a candidata ao cargo de prefeita do município pela coligação “Juntos no Rumo Certo”, Lídia Sarmento, o candidato a vice-prefeito pela mesma coligação, um vereador reeleito pela mesma coligação; além de três jornalistas e um pastor. 

Colucci e Lídia foram procurados, mas não deram retorno às ligações.

Outra ação ajuizada envolve Márcio Tenório e Gracinha Ferreira eleitos pela coligação “Ilhabela de Todos Nós” e mais seis pessoas, entre elas um jornalista.

A assessoria dos eleitos informou que está sabendo da Ação. “Porém, a nossa coligação ainda não foi citada. Assim que recebermos a citação vamos ter ciência do que consta nos autos e preparar a defesa. Estamos tranquilos porque não cometemos atos ilícitos nesse processo eleitoral”, disse o assessor jurídico Vinícius Julião. 

Segundo informação do MPE, uma última ação foi ajuizada contra os candidatos a prefeito e vice-prefeito pela coligação “Avança Ilhabela” e mais duas pessoas.

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