Praias isoladas são alternativas para feriado de Carnaval; Conheça cinco destinos

Comunidades tradicionais de Ilhabela são cercadas por lendas e muita natureza preservada

A praia da Serraria conta com apenas 21 casas caiçaras (Foto: NI)



O arquipélago de Ilhabela é um dos destinos mais procurados no país por sua beleza natural. A cidade recebeu mais de 100 mil visitantes apenas no mês de janeiro, segundo a secretaria de turismo, mas as comunidades caiçaras tradicionais ainda são alternativas para quem prefere aproveitar a natureza em lugares mais preservados.


São locais cercados por lendas e cheios de praias e cachoeiras pouco conhecidas. É o caso de praias, como Poço, Serraria, Saco do Sombrio, Caveira e Fome, que devido às dificuldades de acesso, recebem, ainda, poucos visitantes e se tornam uma alternativa para quem busca tranquilidade no feriado de Carnaval.


Ilhabela foi classificada como o destino mais exótico do mundo, de acordo com o ranking Best Beach Awards 2015, do canal americano Travel Channel. O ranking mundial ressalta que 85% do território encontra-se em reservas naturais do Parque Estadual e lembra que a ilha integra, também, o plano de proteção de ecossistemas da Unesco. Outro destaque do texto é a questão cultural da região, como a preservação de tradições caiçaras, histórias de naufrágios e lendas de tesouros e piratas.


O jornal Nova Imprensa escolheu cinco destinos alternativos para quem busca aventura em meio a natureza preservada neste Carnaval. 


Serraria
A praia da Serraria conta com mais de quatro cachoeiras e um riacho que deságua no mar, além de uma fauna e flora muito preservados. Lá vive uma comunidade caiçara totalmente isolada, composta por cerca de 20 casas sem acesso à energia elétrica ou telefonia celular. As famílias vivem da pesca e são conhecidos por fazer belos artesanatos. Entre as areias e o morro é possível, ainda, ver as ruínas de edificações remanescentes da época colonial, onde os senhores de escravos viviam.


A região também é conhecida por abrigar o cemitério das vítimas do naufrágio do navio Príncipe de Astúrias. Devido a grande quantidade de corpos à deriva e em avançado grau de composição que emergiram após o acidente, não houve tempo para realização do translado ao continente e a Polícia Marítima organizou o enterro das vítimas do naufrágio ali mesmo, com a ajuda dos caiçaras.


No mês de agosto, é realizada a famosa festa do Bom Jesus de Iguape. O ritual começa com a missa celebrada na única capela de Serraria pela manhã, seguida do almoço preparado pelas mulheres da comunidade e mais uma sessão de rezas. É chegada então a hora de acender a enorme fogueira, que queima durante dias e ilumina o baile e a queima de fogos de artifícios, reunindo moradores e visitantes.


Praia do Poço
Localizada no extremos leste da ilha, a paria abriga uma cachoeira que deságua uma cascata, formando uma piscina natural em suas areias desertas. Lá também encontramos um pedaço da história nas ruínas do Engenho do Poço, construção que testemunha a economia canavieira muito presente nessas bandas até o início do século XX. No local, há apenas um morador e o acesso a praia só pode ser feito pelo mar.


Saco do Sombrio
Esta pequena comunidade caiçara é famosa pela lenda de um grande tesouro do clero peruano escondido em suas terras. O Tesouro da Trindade levou o pesquisador Paulo Ferdinand Thiry a viver mais de 40 anos em suas terras em uma busca ousada, mas que acabou em nada. O paraíso de águas cristalinas abriga uma comunidade hospitaleira e ótimas condições para pesca e mergulho turístico.


O ancoradouro foi um dos últimos destinos que resistiram ao comércio e desembarque clandestino de escravos no Brasil. Esta dinâmica permitiu o crescimento de uma população nativa criada pela mistura de diversas culturas que ali aportavam, de africanos a europeus, indígenas nativos e até japoneses. 


Nas primeiras décadas do século XX, a comunidade desenvolveu técnicas artesanais de pesca e culinária, dado o exemplo do peixe seco, processado para venda na capital paulista e denominado de iriko pelos descendentes orientais. No Saco do Sombrio também foi implementado o costume da pesca com o cerco, equipamento que permite o aprisionamento de cardumes, sem sacrificar os peixes pequenos.


Praia da Caveira
Essa região é conhecida pelas execuções e motins feitos pelos piratas. Devido a sua localização remota, distante das vilas coloniais, os corsários costumavam realizar o “trabalho sujo” longe da fiscalização ou mesmo dos olhos de alguém oriundo das comunidades locais. 


Além disso, reza a lenda que ao se passar embaixo de uma figueira todas as tarde é possível ouvir as vozes dos escravos de um navio que afundou ali. Porém, a grande quantidade de pedras no local gera um ruído bem específico quando bate o vento, o que pode ser confundido com os gritos do além.


Lendas à parte, a Praia da Caveira e seus arredores constituem metros de areia desertas, natureza selvagem e muita beleza, ideal para pessoas que buscam tranquilidade em tardes de sol ou para a prática de mergulho e pesca.


Fome
A praia da Fome foi um importante porto para o desembarque de escravos no continente, uma história que, aliada a suas belezas naturais, traz mais encanto ao local. Cercada por uma floresta com uma fauna diversificada e uma infinidade de corais que atrai muitos mergulhadores, o acesso é feito apenas por trilha ou barco. 

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