Após 6 anos, ONG Maranata deixa coleta seletiva em Caraguá

Prefeitura deve abrir licitação nos próximos dias e garante
manutenção de cooperativas
Central de Triagem localizada no Caputera (Fotos: Mara Cirino)



Por Mara Cirino

A data de 31 de julho de 2015 ficará marcada com o fim das
atividades da ONG Maranata Ecologia como a responsável pela coleta seletiva em
Caraguatatuba. Há mais de seis anos a entidade fazia esse serviço na cidade e
foi a incubadora das cooperativas Maranata, no Caputera, e Pegorelly, no bairro
de mesmo nome, empregando mais de 20 trabalhadores que estavam em situação de
risco.
A coordenadora da instituição, Maria das Mercês Rojas Marin
Serra, a Teko, disse que sua maior preocupação está relacionada com o que será
feito com as famílias que retiram dos produtos recicláveis o seu sustento. “A
ONG pode até não estar mais à frente, mas nossa preocupação é com esses
trabalhadores que resgataram sua dignidade”, disse.
Atualmente, cada um recebe em torno de R$ 1.024 entre o que
vende de reciclados (R$ 800) e repasse via Secretaria Municipal de Meio
Ambiente. “Sem esse recurso, podem voltar para condições que estavam antes do
trabalho”, complementa Teko.
O secretário de Meio Ambiente do município, Auracy Mansano,
explicou que o rompimento ocorre por conta da implantação dos planos nacional,
estadual e municipal de resíduos sólidos que implica em mudanças no
gerenciamento dos resíduos produzidos nas cidades.
Segundo ele, o processo de licitação está em andamento e
deve ser concluído dentro de 15 dias. Sobre a situação dos cooperados, Mansano
disse que a meta é que eles continuem com o trabalho. “Vamos ver após a escolha
da nova empresa que vai gerenciar a coleta seletiva na cidade”.
Papelão é triado por funcionários da central
A coordenadora da ONG Maranata disse que sai da
administração com o sentimento de dever cumprido no sentido de ter feito o que
podia nas áreas social e ambiental. “Conseguimos equipamentos para processar o
material reciclável, temos uma boa venda do material, fizemos hortas
comunitárias, ações de cidadania, tudo que foi possível”.

Entre os meses de setembro e março, somente de papelão são recolhidos
em torno de 30 toneladas. “Temos até prensa que nos foi emprestada, está sob a
tutela da Ong, para ajudar no serviço”, conta Teko.

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