Tartaruga cabeçuda de 53 quilos é devolvida ao mar após recuperação

O animal, ameaçado de extinção, havia comido linha de nylon com anzol 

Equipe prepara para a soltura da tartaruga (Fotos: Projeto Tamar/ Divulgação)


Uma tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) de 53 quilos foi devolvida ao mar após recuperação, na Costa de Ilhabela, pela equipe do Projeto Tamar Ubatuba. O animal foi encontrado boiando com a presença de uma linha de nylon saindo pela cloaca.

Ela havia sido resgatada no dia 18 de julho de 2018 pela equipe do Programa de Monitoramento de Praias (PMP), do Instituto Argonauta na praia de Maresias, Costa Sul de São Sebastião, e levada para o Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas.

Linha com anzol foi retirada pela equipe (Foto: Projeto Tamar/ Divulgação)

Durante o tratamento foram realizados exames e na radiografia constatou-se a presença de um anzol com linha de nylon no esôfago. Como ela encontrava-se debilitada, a equipe de veterinários realizou uma transfusão de sangue para a estabilização da saúde da tartaruga, e só depois o animal foi submetido ao procedimento cirúrgico para retirada dos objetos.

Essa espécie é considerada ameaçada de extinção segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (sigla em inglês IUCN) e após o procedimento cirúrgico a tartaruga cabeçuda apresentou uma ótima recuperação. 

Segundo a médica veterinária do Tamar, Daniela Costa, “casos assim de ingestão de anzóis de pesca podem levar as tartarugas marinhas a óbito se não tratados com urgência”.

A devolução da tartaruga ao mar foi planejada numa ação conjunta entre o Tamar e a equipe do PMP. Uma lancha levou as equipes e a tartaruga até uma região de mar aberto, distante das redes costeiras, a leste do município de Ilhabela. 

“Foi um momento emocionante, principalmente para as pessoas que participaram desde o resgate até as fases da reabilitação da tartaruga”, informou. 

Confira abaixo o vídeo feito pela equipe do Projeto Tamar. 


Projeto Tamar

No Estado de São Paulo, o Tamar iniciou suas atividades em 1990, com a instalação da Base de Pesquisa e Conservação de Ubatuba, onde o apoio voluntário dos pescadores no resgate e salvamento de tartarugas capturadas incidentalmente nas redes de pesca é crucial para o desenvolvimento do trabalho. 

O litoral de Ubatuba apresenta grande ocorrência de tartarugas marinhas juvenis, que têm a região como importante área de alimentação, especialmente a tartaruga-verde (Chelonia mydas). Sendo a pesca a segunda maior atividade econômica do município de Ubatuba, é elevada a incidência de captura acidental dessa espécie em redes de pesca. 

Desde o início, o Tamar Ubatuba já registrou mais de 16.900 ocorrências de tartarugas marinhas, e foram devolvidas vivas ao mar 12.660 tartarugas capturadas incidentalmente em redes ou reabilitadas após serem encontradas doentes, feridas ou debilitadas.

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