Convite para ex-prefeito de São Sebastião é rejeitado e clima pega fogo na Câmara

Vereador Pixoxó chega a apontar falta de coragem de colegas para encarar Ernane

Vereador Pixoxó: faltou coragem (Foto: Nova Imprensa)

O clima na Câmara de São Sebastião voltou a ficar quente na noite desta terça-feira (21) quando o vereador Giovani dos Santos, o Pixoxó (PSC), viu ser rejeitado seu requerimento que convidava o ex-prefeito Ernane Primazzi, do mesmo partido, ser rejeitado pela maioria dos parlamentares. O objetivo do convite era que o ex-gestor prestasse contas sobre seu governo aos vereadores.

Também foram favoráveis ao convite os vereadores Professor Gleivison Gaspar (MDB) e Onofre Santos Neto (DEM). O parlamentar Ernane Primazzi, o Ernaninho (PSC), filho do ex-prefeito, estava ausente no momento da votação. “Coloraram em votação justo na hora que fui ao banheiro, mas com certeza votaria favorável”, justificou.

A tensão se deu em função de Pixoxó, da mesma base de Ernane, se sentir desgastado com as cobranças. “Muito me espanta ter sido recusado quando a maioria aqui só sabe falar que o atual prefeito (Felipe Augusto – PSDB) não consegue fazer nada por conta do seu antecessor, que não teria feito nada”, desabafou.

E foi mais longe. “Todo mundo fala o que pensa no cafezinho, na rádio, nas rodas, mas na hora de encarar recusam. Por que será? Medo de encarar? Querem saber sobre o Hospital da Costa Sul? Essa seria uma oportunidade para dar explicações, mas não tiveram coragem de encarar”, disparou.

Polido, o vereador Maurício Bardusco Silva, o Maurício do Canto do Mar (MDB), disse entender que se o ex-prefeito quiser falar é só pedir o uso da tribuna. Mas a ideia foi logo descartada pelo presidente da Casa, Reinaldo Moreira, o Reinaldinho (PSDB), que explica haver um consenso entre os pares para evitar a tribuna para uso político. “Quando as contas dele chegarem (Tribunal de Contas) vai poder se defender”, destacando não ser nada pessoal.

O vereador Gleivison Gaspar lembrou uma frase de Renato Russo para descrever a situação. “Gente que fala demais por não ter nada a dizer”. Ele observou que o ex-prefeito ajudou muitos na Casa de Lei – se referindo aos parlamentares que faziam parte da sua base. “Caso contrário, muitos não teriam recebido os votos que tiveram na época da campanha”.  

Em sua primeira sessão, como suplente, Everton Leandro, o Tico (PP), disse que foi contrário por entender que Ernane não teria mais nada a dizer. “Ele teve oito anos para mostrar o que estava fazendo, para falar. Descanse um pouco. Não é para essa Casa ficar olhando no retrovisor”.  

O vereador Pedro Renato da Silva (PSDB) não gostou do tema sem coragem e bradou: “não devo um centavo para ele. Ele que nos deve porque sempre falta um pouco mais de investimento de qualquer político para com o cidadão”.

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